quarta-feira, 23 de julho de 2014

Relato De Experiência- Perdão

Semana passada eu tive dois episódios bem desagradáveis, envolvendo pessoas do meu convívio social diário e isso me deixou bastante estressada.
Estressada porque uma coisa é você querer apertar o pescoço da pessoa mentalmente e falar coisas que ensaiadas no chuveiro ficam ótimas mas que de fato, são difíceis.
Por isso Freud falava do sonho como instrumento para extravasar esses afetos. Não cheguei a ter nenhum pesadelo mas custei a dormir por conta deles.
Outra coisa é você encarar a pessoa no dia seguinte e deixar que aquilo se acumule já que uma resolução, pelo menos naquele momento, seria praticamente impossível.
Então, era ter o sangue frio de passar pela pessoa e vê-la desviar o olhar, até mesmo mudar de lugar para evitar um cumprimento cínico, daqueles que ficam registrados só para que ninguém perca nem o emprego nem as estribeiras...
E na última sexta-feira, para fechar a semana, nos minutos finais, eis que outro desentendimento, no mesmo local, me fez questionar um monte de coisas...e uma delas foi minha postura diante dos fatos, o foco da questão e como contornar da melhor maneira possível.
Drama, não?!
Pois é!
Lembro que fui dormir fervilhando de raiva. Sentia meu corpo quente e sabia que orações de amor e perdão naquele momento me deixariam com mais raiva ainda.
Ainda não era hora de manifestar minha força zen. Queria mesmo era manifestar a força da minha canhota, nada zen.
E no domingo, para encurtar a história, no chuveiro, como sempre, onde tenho meus melhores insights,deixei correr pelo ralo, tudo que não me pertencia.
Juro!
E vi que a raiva e tudo o que ela acalentou não eram meus. Tudo ficou tão pequeno, tão insignificante, que eu fiquei até constrangida em pensar que tive tais sentimentos e pensamentos.
Lembrei da calma da minha avó, que chegava a irritar e de quando ela falava: seja superior. Agora eu entendi, vó!
E mentalizando coisas boas e nobres, encerrei meu banho leve e sinceramente limpa. No corpo e na alma. Sensação boa e um sussurro que me fazia entender que aquela benção enviada para aquelas duas pessoas me seriam retribuídas múltiplas vezes, graças a essa capacidade de deixar ir...desapegar...coisa boa...soltar o problema e a emoção...simplesmente, tirar das costas. Ver qual foi minha participação naquele processo e seguir em frente, caso não houvesse o que reparar.
E abençoar aqueles dois seres humanos, que cruzaram meu caminho e me fizeram ver que aquelas emoções não me pertenciam e eu fiquei muito, mas muito feliz por isso!
Dia após o outro, né...e uma das pessoas me liga no meio da tarde para pedir desculpas pela postura agressiva com que me tratou e ainda finalizou assim: "logo com você que é tão querida, simpática e educada!"
Caso resolvido!
A outra pessoa continua lá, pequenininha, na sua incapacidade de lidar com a diferença de opinião alheia. Ela continua mudando de lugar...e eu acho uma graça danada!
Porque entendi que a benção veio para quem estava sintonizada com ela.
E que libertar o outro, dá uma sensação muito gostosa, uma leveza de alma, que arruma tudo no seu devido lugar.
Cada um na sua calçada, e de fato, existem vias de mão única, para quem segue rumo à paz...e quem não tem esse trajeto na sua rota, vai precisar mesmo se dar ao trabalho de sair do lugar para os outros passarem.
E que Deus abençoe a todos. Esse foi e é o Segredo ;)


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